Entre os modos de atuação, o profissional deve criar canal de comunicação, definir as regras do jogo e a relação com dinheiro.
Especialistas ouvidos pela InfoMoney concordam: o mercado de trabalho está aquecido para os síndicos profissionais. “Em decorrência do dia a dia cada vez mais corrido, falta espaço para o voluntário, que é o síndico morador, por isso, a necessidade de profissionalizar a função”, explica o advogado de Direito Imobiliário, Rodrigo Karpat.
Segundo o diretor de Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Sergio Meira de Castro Neto, para ser síndico, é necessário ter jogo de cintura, saber ouvir e ter uma boa relação com os profissionais do edifício. “Você precisa conquistar a equipe”, alerta, “e chegar com ‘salto alto’ não será bom”.
Síndico profissional há cerca de 20 anos, Castro Neto começou em um prédio comercial. Hoje, também atua em um prédio residencial e em um condomínio fechado de casas. “No meu caso, eu tinha uma relação de muitos anos com os edifícios como administrador”, explica. Depois é que ele assumiu também a função de síndico profissional.
Modo de atuação
O diretor do Secovi-SP salienta três pontos importantes no trabalho de um síndico profissional:
1. Comunicação: ele acredita que um dos pontos primordiais é criar um canal de comunicação entre o síndico e os moradores e conselhos. Para driblar as “fofocas de zelador”, como ele explica, criou o livro de sugestões e reclamações. Assim, ele sabe que é a Rosângela, moradora do apartamento 42 que não gosta de determinada ação e fica mais fácil trabalhar.
2. Definir as regras do jogo: estipular antes de iniciar o trabalho quais os dias em que estará no prédio é muito importante. “Não dá para ele fazer os próprios horários, pois tem problemas que só dá para conversar ao vivo”, salienta.
3. Relação com o dinheiro: Castro Neto acredita que o síndico precisa trabalhar em harmonia com os moradores do prédio. Por isso, ele passa uma circular para todos os moradores dizerem o querem que seja feito no prédio. Em seguida, compila as sugestões e passa uma lista para cada um marcar suas prioridades.
Assim, ele fica sabendo a prioridade da maioria sobre o que precisa ser feito e aí convoca uma assembleia para discutir as finanças, para saber a disponibilidade daqueles moradores. Dessa forma, evita pensamentos do tipo: “O dinheiro é meu, porque ele está gastando com essa ou aquela reforma?”, destaca.
Características essenciais
O problema, de acordo com Karpat, é que, apesar da denominação, a profissão ainda não está regulamentada. Assim, deve-se tomar cuidado com pessoas sem perfil, que se intitulam síndicos profissionais, mas que podem prejudicar o condomínio, por não terem experiência.
“Ele pode fazer obras sem consultar, pode desviar verbas ou demonstrar uma falta de conhecimento sobre a administração de condomínios”, exemplifica o advogado.
Por isso, apesar de qualquer um pode exercer essa função, o administrador e diretor da Escola de Síndicos, Vanderlei Aragão, destaca algumas competências necessárias: espírito empreendedor, resiliência, assertividade, liderança, excelente relacionamento interpessoal, boa comunicação e experiência em gestão de processos.
Fonte: Infomoney
https://blog.passadori.com.br/carreiras-sindicos-profissionais-precisam-ter-boa-relacao-interpessoal/