Novas regras vão flexibilizar jornada de trabalho e relação entre funcionário e empregador e gerar mais emprego no setor
As perspectivas são positivas para a economia brasileira em 2018 e, depois da turbulência por conta da crise que afetou o mercado brasileiro nos últimos anos, existe perspectiva da retomada econômica ao longo deste ano. E os reflexos positivos vão chegar ao mercado imobiliário, setor importante para a economia nacional, por movimentar e gerar empregos. A redução da taxa de juros e a liberação de crédito são pontos que favorecem o cenário para o setor. Além disso, a reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro passado, também promete impulsionar o segmento com a flexibilização da relação entre trabalhadores e empregadores.
A reforma trabalhista não pode ser considerada um fator isolado que vai alavancar o mercado imobiliário. “Tem que ter também a alta do consumo, ligada às taxas menores e a queda no valor do financiamento, e isso tudo está ocorrendo”, afirma Rodrigo Karpat, advogado imobiliário e consultor em condomínios. Com cenário favorável para a retomada do crescimento do setor, a nova legislação promete ajudar também a alavancar o mercado imobiliário. “Ela vai ajudar a impulsionar a continuidade da construção civil e a retomada do segmento”, completa.
Segundo Anna Carolina Cabral, advogada especialista em Direito do Trabalho do escritório Queiroz Cavalcanti, a reforma trouxe a flexibilização de jornada de trabalho, a questão do banco de horas, remuneração por produtividade, trabalho remoto, parcelamento de férias e todos esses itens vão ajudar para aumentar as contratações. Eles refletem em uma maior possibilidade de contratação. “De uma forma geral, os impactos são positivos para o mercado imobiliário, que é um setor aquecido no Brasil e um dos seus principais impactos é na questão das contratações. Agora passa a existir uma maior flexibilização nas relações de trabalho”, explica ela.
Uma questão primordial é que as obras empregam muitos trabalhadores de forma intermitente e temporários. Portanto, com a regulamentação da ReformaTrabalhista, existe um panorama favorável para as contratações. “O novo código trouxe a regulamentação disso e a construção tende a se beneficiar. As construtoras acabam tendo um gasto excessivo com a mão-de-obra e essas novas regras fazem minimizar os custos”, afirma Rodrigo Karpat. Para ele, as medidas podem, inclusive, beneficiar os consumidores finais. “Não sei se essa redução nos custos vai ser repassada para o usuário final, mas isso tudo pode até impactar no valor do imóvel porque vai existir um custo menor com a construção”, acrescenta.
Em um cenário de perspectivas positivas, com os juros mais baixos, crédito liberado e o imóvel com custo menor, a geração de empregos é outro fator que promete impulsionar o mercado imobiliário. Com emprego garantido, as pessoas se sentem mais seguras para comprar um imóvel, investimento alto e duradouro. “Alguns economistas apontam que, com a Reforma Trabalhista, as relações entre empregado e empregador vai ficar mais frágil, mas eu acredito que as novas regras vão ajudar em uma negociação e a manter o funcionário no quadro da empresa, além de gerar mais empregos”, coloca o advogado.
Se as perspectivas positivas se confirmarem, o mercado imobiliário será um dos setores responsáveis por impulsionar a retomada da economia, começando, principalmente, por ajudar a reverter os números negativos de desemprego no Brasil. No trimestre encerrado em novembro de 2017, a taxa de desemprego atingiu 12%, com 12,6 milhões de desempregados, de acordo com os últimos dados da Pnad Contínua divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais emprego significa mais renda e faz com que a economia volte a se movimentar. Um ponto positivo que leva a outro, fazendo com que o período de turbulência econômica comece a ficar no passado.
Fonte: Revista Zap Imóveis