Saiba como funciona o reajuste do aluguel
Profissional deve orientar o proprietário e o inquilino e intermediar a negociação
O reajuste do aluguel, em geral, se baseia pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado). Porém, hoje em dia, este não é o único fator determinante para a mudança nos valores. Com o mercado imobiliário desaquecido, é preciso estar atento aos preços que estão sendo praticados e, se preciso for, negociar. Mais vale um bom inquilino do que arcar com as despesas de um imóvel fechado por tempo indeterminado. Seja no caso de reajustar o valor ou de negociá-lo, a forma de abordagem é sempre delicada e o corretor tem papel fundamental nesta questão.
É importante que o reajuste do aluguel esteja informado no contrato, tanto a periocidade quanto o índice ao qual o novo valor vai se basear. “Existem dois tipos de reajuste. O primeiro é através do índice ao qual ele se baseia, que normalmente é o IGP-M. O outro é voluntário, quando o contrato chega ao fim”, explica Rodrigo Karpat, advogado imobiliário e consultor em condomínios.
Para ele, o mais importante é que, na hora de reajustar, o preço do aluguel esteja de acordo com o valor do mercado. “O valor de mercado caiu e , com o mesmo preço que ele paga, pode até encontrar um imóvel maior ou mais bem localizado. Por isso, é errado pensar que houve um reajuste de toda forma porque o que vale é o valor de mercado”, completa. Rodrigo Karpat ainda ressalta que a pesquisa de mercado deve começar entre 60 e 90 dias antes do fim do contrato. “O melhor é antecipar a pesquisa e já saber o quanto o imóvel vale para conversar com o inquilino. O bom é não esperar a data de aniversário do contrato para que o inquilino possa ter tempo”, afirma.
A principal preocupação atualmente é o desaquecimento do mercado imobiliário. Ou seja, se o proprietário aluga o seu imóvel para um inquilino que paga tudo em dia e cuida bem da propriedade, este não é o momento para perdê-lo. “A lei prevê a correção, mas temos percebido que as partes têm entrado em acordo. Primeiro porque o inquilino pode procurar por algo melhor pelo mesmo valor e segundo porque, se o imóvel ficar vago, o proprietário não tem como prever quanto tempo ele ficará sem alugar e terá que arcar com os custos”, explica a advogada Daniele Akamine, diretora da Akamines Negócios Imobiliários.
Desde o primeiro aluguel até na negociação de renovação, o corretor tem papel fundamental e até bastante delicado, já que é o portador da notícia sobre possíveis reajustes. Para começar, o profissional deve conversar com o inquilino e deixar todas as informações sobre o reajuste claras antes mesmo que o contrato seja assinado para evitar futuras complicações. Para isso, é fundamental que ele conheça a Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91). E o corretor também deve se antecipar à data do reajuste e fazer uma pesquisa de mercado para saber quanto está valendo o apartamento e antecipar o diálogo entre o proprietário e o inquilino para que nenhum seja pego de surpresa. “O corretor pode negociar a intermediação e tem que estar preparado para esta negociação na hora do reajuste”, explica Laudimiro Cavalcanti, diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ).
Caso tenha existido uma negociação e, para não perder o inquilino, o proprietário aceitou não reajustar o aluguel, é importante que o corretor oriente as duas partes de como proceder. “É importante lembrar que, se não houver reajuste,é preciso aditar o contrato de locação para que todas as informações estejam atualizadas e corretas e evitar futuros problemas”, conclui Rodrigo Karpat.
Fonte: Zap Pro