O mercado imobiliário anda bem aquecido. Não é à toa que os valores de casas e apartamentos dispararam, tanto para venda como para aluguel. Com a busca frenética por um teto, muita gente resolve abrir mão dos especialistas e seguir o caminho sozinho. Como tudo na vida, há prós e contras.
A consultora da Imobiliária Teto Carioca, Leila Bianco, diz que não vê muitos riscos para quem decide alugar um imóvel por conta própria. “Considero uma grande vantagem o contato direto com o proprietário na negociação sempre”. No entanto, a especialista assegura que há vantagem em utilizar os serviços de uma imobiliária. “A quantidade de imóveis no cadastro da imobiliária para alugar é enorme”, avalia.
Para o locador, a negociação direta pode ser um problema se ele não tiver tempo para mostrar os imóveis ou providenciar a documentação, por exemplo. Aí, não tem jeito: é melhor optar pelos serviços do corretor, que deve cobrar – de cara – um aluguel e mais 10% mensais para administração do imóvel.
Mas, a verdade é que o futuro inquilino banca alguns riscos quando decide alugar um imóvel sem a intervenção de um corretor, conforme explica o advogado especialista em Direito Imobiliário e administração de condomínios, Rodrigo Karpat. “A locação feita sem um corretor ligado a uma imobiliária pode trazer problemas como falta de realização de vistoria – o que deixa o locatário sem defesa no caso de alegação de problemas preexistentes -, falta de agilidade na solução de problemas tais como infiltrações, transferência de contas de consumo, entre outras”, avalia.
Se para o locatário há problema, não tenha dúvidas: para o locador também há empecilhos na negociação sem a ajuda de um corretor. “A negociação direta pode trazer riscos de um contrato mal redigido que desguarnece o locador, falta de comprovação de que o locatário tem condições de arcar como aluguel, com o pagamento direto as despesas de IPTU e condomínio. Ou seja, o locador corre o risco de ter as despesas não pagas, e não ter garantidor na locação”, diz Karpat.
Leila ressalta que a imobiliária oferece sempre mais segurança e conforto para o proprietário. “Ela avalia o valor do aluguel com mais exatidão, divulga em sites de imóveis, jornais, avalia as propostas dos interessados, acompanha as visitas, cuida da documentação necessária e tem um setor jurídico pronto pra agir em caso de atraso de pagamento do aluguel”, esclarece a consultora.
Apesar da super mãozinha da imobiliária, é perfeitamente possível fazer uma negociação sem a interferência – ou ajuda – de um corretor. Karpat dá algumas dicas para os inquilinos. “Elabore um contrato que atenda a necessidade das partes e, não existindo uma empresa imobiliária por trás, contrate um advogado para redigir tal instrumento. Elabore laudo de vistoria de entrada e saída e certificar que a pessoa que está negociando é realmente o dono do bem”, sugere.
Os proprietários devem focar em outros pontos para não ter problemas com aqueles que forem alugar o imóvel. “O ideal é procurar informações sobre os pretendentes à locação, verificar se os eles têm condições de arcar com o aluguel, obter certidões de pagamento de IPTU e condomínio, requerer garantia locatícia, realizar vistoria de entrada e saída e também contratar um advogado para redigir o contrato”, aconselha o advogado.
Alugar um imóvel sozinho não é bicho de sete cabeças nem para o inquilino e nem para o proprietário. Só é preciso um pouco de informação para não cair em ciladas e ter certeza de onde pisa. E ainda tem uma vantagem: com a taxa de corretagem nula, é possível até pensar em um pequeno desconto no valor da locação. Por que não?
Fonte:https://br.financas.yahoo.com
Imagem:https://www.andreguimaraes.com.br
Veículo: Site Cobrás Imóveis