A alta incidência de assaltos a condomínios nos últimos anos tem levado muitos edifícios a aprimorar seus sistemas de segurança. Mesmo com todos esses novos aparatos, os condomínios continuam suscetíveis a assaltos. Investir apenas em tecnologia não é suficiente para melhorar a segurança dos prédios.
Segundo o advogado Rodrigo Karpat, especialista em direito imobiliário, consultor em condomínios e sócio do escritórioKarpat Sociedade de Advogados, é necessário implantar medidas preventivas para garantir maior segurança ao condomínio. “A segurança é uma soma de fatores que incluem, desde barreiras físicas e treinamento de funcionários até a cooperação dos moradores”, diz ele.
O especialista alerta sobre a responsabilidade de o condomínio ressarcir os prejuízos em casos de assaltos ou ações criminosas. “No caso de furtos ou roubos dentro do condomínio ou nas unidades autônomas, o edifício não é responsável por ressarcir o morador, pois segurança pública compete ao Estado. O condomínio será responsabilizado nos casos em que houver culpa do prédio, ou seja, quando houver envolvimento de um dos seus funcionários ou facilitação pela portaria, mesmo que de forma involuntária; ou ainda, se o prédio tiver assumido a responsabilidade pela segurança, seja pela contratação de vigilantes, seja por estar previamente descrito na convenção”, explica Rodrigo.
Algumas dicas de segurança:
Instalar portão duplo na entrada de veículos evita a entrada de veículos “por carona”. O motorista, para entrar no condomínio, precisa fechar o primeiro portão. É aconselhável que o primeiro portão seja aberto pelo condômino e o segundo, pelo porteiro. Caso a portaria esteja longe, a vulnerabilidade continua, pois a finalidade é de o porteiro examinar o veículo da portaria antes de abrir o portão. Alguns sistemas registram a unidade do veículo que está entrando no condomínio e têm um botão de pânico no controle do morador.
Instalar portão duplo nas entradas de pedestres do edifício impede o acesso fácil de quem queira aproveitar para entrar sem ser anunciado. Há sistemas que não permitem a abertura de um portão sem o fechamento do anterior, e o porteiro é instruído a nunca abrir um portão sem fechar o outro.
Criar um espaço para entrega de objetos à portaria sem abertura do portão (pizza, encomendas, remédios etc.) é necessário para garantir a segurança interna. Muitos assaltantes aparecem disfarçados de entregadores e aproveitam-se da abertura do portão para invadir o edifício.
Proibir entregadores de subir aos andares, independente do serviço.
Proibir informações sobre vendas e locações – grande atrativo para assaltantes. Alguns se passam por corretores ou fingem interesse no imóvel para colher informações sobre o condomínio e cometer o delito. Informações sobre imóveis à venda ou para locação devem ser fornecidas pela imobiliária. A portaria não deve prestar qualquer tipo informação.
Proibir a entrada de corretores sem autorização por escrito do proprietário, a qual deve conter os dados do corretor e do cliente.
Realizar treinamento constante dos funcionários. Manter os colaboradores capacitados a identificar situações suspeitas e terem condições de manusear os equipamentos disponíveis com segurança e habilidade.
Instalar câmeras de segurança nas áreas comuns. Elas devem ser posicionadas estrategicamente nas entradas do edifício, pontos vulneráveis, hall social, elevadores, garagem, entre outros. Sugere-se ainda o monitoramento à distância dessas imagens.
Ter telefone liberado na portaria, pois ele é a principal arma de quem se encontra em ememergência, seja para ligar para polícia, bombeiro, hospital, síndico, zelador ou mesmo para outros moradores. Um telefone bloqueado de nada adianta. Em muitos casos há tempo hábil para ligar e confirmar, por exemplo, se o entregador está realmente sendo esperado; ou para confirmar informações sobre a entrada de um suposto familiar.
Garantir a segurança da guarita, pois a portaria é o local de trabalho do porteiro e, para fornecer segurança, ele precisa estar protegido e isolado. Para uma guarita segura é preciso contar com vidros e portas blindadas, telefone livre de bloqueios e botão de pânico. A porta deve ser mantida fechada para impedir o acesso visual de fora.
Não permitir que funcionários saiam com uniformes do prédio, já que ocorrem assaltos via abordagem de funcionários identificados em pontos de ônibus, ou próximo a suas residências, pelos seus uniformes. Estes funcionários são rendidos e obrigados a facilitar a entrada nos condomínios.