Número de incidentes em piscinas dos condomínios vem aumentando, alerta diretor de entidade de salvamento aquático, Régis Amadeu. Nas férias, é preciso redobrar a atenção.
O afogamento é a segunda maior causa de morte de crianças de 1 a 9 anos de idade no País, destaca a organização não governamental Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), que lançou há pouco a campanha “Águas + Seguras ” (Saiba mais em https://www.sobrasa. org/piscinamaissegura). Veiculada através de vídeo com participação dos nadadores olímpicos Gustavo Borges, Fabíola Molina e Flávia Delaroli, além de Oscar Schmidt, a peça faz cinco alertas aos pais e/ou responsáveis pelo uso das piscinas:
– Tenham 100% de atenção no seu filho;
– Disponham de profissional guarda-vidas capacitado presente;
– Saibam como agir em caso de emergência aquática;
– Assegurem o acesso restrito à piscina;
– Instalem nas piscinas métodos anti-sucção e ralos com tampas anti-sucção de cabelos.
Projeto de Lei Federal (de no 1.162/2007) para a área foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora depende de votação no Senado Federal para impor medidas e dispositivos de proteção. Segundo o advogado Rodrigo Karpat, o projeto não contempla a obrigatoriedade de guarda-vidas em piscinas de condomínios residenciais. Mas alguns estados brasileiros exigem esse suporte, como o Rio de Janeiro. Em São Paulo, a Lei 2.846/1981 estabelece guarda-vidas somente para piscinas públicas.
Conforme orientação da Sobrasa, o ideal é que os condomínios disponham do serviço, independente da exigência legal. “Muitos condomínios e escolas foram processados civilmente por acidentes deste tipo e perderam na Justiça por não terem provido segurança adequada, e isso passa por ter um guarda-vidas no local.” O ex-síndico Regis Amadeu, diretor de Relações Institucionais da entidade, destaca o aumento gradativo do número de ocorrências nos condomínios. Uma forma de evitar que aconteçam é obter a certificação “Piscina Mais Segura”, proposta pela ONG, através de processo que envolve auditoria nas piscinas, indica conformidades e não conformidades, e recomenda os ajustes necessários. “Para leigos, os pontos de riscos passam despercebidos; já um profissional com experiência levará ao condomínio o olhar capacitado e, através de bate-papo com socorristas, piscineiros e demais interessados, elevará seu nível de conhecimento, tornando-os agentes de prevenção”.
Segundo ele, as falhas mais comuns observadas nos condomínios são a falta de restrição no acesso às piscinas, além da ausência de botão anti-pânico, de placas de sinalização e ralos anti-sucção. Também é fundamental garantir a “supervisão dos pais em 100% do tempo, mesmo na presença de guarda-vidas”, destaca o representante da Sobrasa.
QUALIDADE DA ÁGUA
A qualidade da água é outro quesito importante para o bem-estar dos usuários das piscinas, diz o especialista Fábio Forlenza, instrutor técnico de um fabricante de soluções de tratamento, certificado pela NSPF (National Swimming Pool Foundation). Assim, é preciso garantir que a água atenda sempre a esses parâmetros: Alcalinidade de 80 a 100 ppm; pH de 7,0 a 7,4; além de cloro livre entre 1 a 3 ppm.
“O pH é muito importante, se estiver desajustado, poderemos ter as seguintes consequências: água turva, oxidação dos equipamentos, comprometimento dos produtos (que não agirão 100%), e desconforto ao banhista (irritação nos olhos, coceira na pele e até mesmo cabelo duro)”, diz. Forlenza ressalta que o fabricante de produtos de tratamento oferece cursos gratuitos em todo País aos responsáveis pela limpeza, como zeladores, piscineiros ou manutencistas. Ele orienta ainda que “o tratamento físico ou químico da água seja feito diariamente ou três vezes por semana, conforme o número de pessoas que frequentam a piscina”. Nesse item, Régis Amadeu acrescenta que piscinas com muito movimento exigem limpeza até duas vezes ao dia.
Matéria publicada na edição – 217 – out/16 da Revista Direcional Condomínios
Fonte: Direcional Condomínios